O vento bate em mim com força pela janela do carro, já não sabia mais a que velocidade estava andando mas deveria ser alta, mudava a todo instante as estações do rádio, mas nenhuma música parecia boa. Só conseguia pensar o por que você simplesmente ter ido, por que me deixou no meu pior momento. Sempre estive ao seu lado, quando você não conseguia parar de chorar, quando você fazia coisas erradas sem pensar e eu acabava te ajudando. Estou sentindo sua falta, sentindo falta das conversas, da vida doce e quente que nós levávamos. Lembra quando fizemos um mapa de todos os lugares que nós iriamos ir? E logo depois você disse que me amava e nunca iria me deixar. E você me deixou, e nem tenho certeza se me amava, talvez fosse tudo ilusão minha. Agora é como se meu subconsciente estivesse fazendo um mapa que me leva até você, indo até sua casa sem nem saber o porquê. Estou quase chegando na tua rua, em uma velocidade absurda quando dobro a esquina e alguém aparece na frente do carro de repente, bato nela e o carro desliza para o lado, a minha cabeça estava latejando e sangrando, mas desço do carro para ver a pessoa em que atropelei. Ela estava usando um vestido azul listrado. Um vestido que eu tinha dado. Era ela, eu tinha certeza, mesmo com o rosto coberto de sangue eu reconhecia. Eu matei a mulher que eu amava.